Esta sessão teve como objetivos: familiarizarmo-nos com os conceitos de Web 2.0 e Biblioteca 2.0 e refletirmos sobre o conceito da Web 2.0 e biblioteca Escolar 2.0 e suas implicações na mudança na organização, gestão e prestação de serviços da Biblioteca Escolar.
Foram propostas duas tarefas das quais nós teríamos de realizar apenas uma.
Optei pela primeira tarefa, elaborando uma reflexão sobre a temática"Que passos poderiam dar as nossas bibliotecas para se aproximarem de um modelo de biblioteca 2.0.?
A biblioteca, enquanto conceito tradicional, era um espaço onde se guardavam livros em armários fechados e a procura/pesquisa era quase sempre individual.
Para Lee King a transformação de uma biblioteca tradicional numa biblioteca 2.0 opera-se segundo “ondas que uma pedra cria ao cair num lago” :da biblioteca “tradicional”às melhorias introduzidas com os motores de busca, as bases de dados online e o correio eletrónico.
Além disso, os serviços da biblioteca podem manter-se por si próprios, permitir aos utilizadores «interagir» com as tecnologias e aplicações, manter conversas digitais, experimentar os vídeos,podcasting, participar de forma muito variada ( não apenas fornecer informação, mas solicitar a sua participação ) e , por último, envolver a comunidade, sendo este o objetivo: a biblioteca e a sua comunidade local criam uma comunidade digital através da sua sucursal digital.
Que passos poderá dar a minha biblioteca para se aproximar de um modelo biblioteca 2.0?
A Biblioteca 2.0 poderá potenciar a Web 2.0 , vista como um conjunto de princípios e práticas que interligam uma rede de sítios e serviços com os quais os utilizadores interagem e aos quais acrescentam valor.”Deste modo, a Biblioteca 2.0 permite criar uma conexão por meio de comunidades de utilizadores com interesses em comum.
Segundo Maness(2006), a Biblioteca 2.0 é definida em quatro princípios: centrada no utilizador, criador de conteúdos e serviços disponibilizados na Web pela biblioteca; disponibilizando uma experiência multimédia, tendo as coleções assim como os serviços componentes vídeo, áudio e realidade virtual; socializadora, ao interagir com os utilizadores quer de forma síncrona, quer de forma assíncrona e, por último, inovadora ao serviço da comunidade, na procura constantemente de inovação e acompanhando as mudanças que ocorrem na comunidade, adaptando os seus serviços para permitir aos utilizadores procurar, encontrar e utilizar a informação. Se pusermos em prática os princípios definidos por Maness, as escolas já não terão que se preocupar no alargamento do domínio de competências no âmbito das literacias digitais e de informação, e neste caso, a Biblioteca escolar poderá ser a resposta, apesar de termos consciência de que os jovens são os primeiros a trazer a Web.2.0 para os computadores da escola, basta pensarmos no facebook/ hi5/twitter.
Os alunos já vêm para a escola com hábitos criados, daí que cabe à biblioteca escolar uma tarefa determinante: incentivar e acompanhar / apoiar a escola na mudança “necessária, mas sempre tão difícil” .
São desafios enormes que se alicerçam num conjunto de mudanças e numa inovação sem precedentes.
É necessário refletir: a necessária infraestrutura tecnológica em termos de recursos humanos qualificados com que temos que contar; complexificação do ato de gestão e das competências do professor bibliotecário( exige definição de politicas e a criação de novas ferramentas/ novos ambientes de disponibilização de informação e de contacto com os utilizadores; alargamento da coleção a novos formatos (blogs,Wikis,Tagging…) e a transformação da biblioteca num ponto de acesso a documentos fora de portas . A prática e o conhecimento que os alunos adquirem, mesmo não sendo em contexto escolar, permite-lhes trabalhar de forma autónoma. Então , a questão que se coloca, para que é necessário o professor bibliotecário?
O professor bibliotecário é, pois, um agente dinâmico no processo aprendizagem do aluno e no seu sucesso educativo. Não é um mero espetador no processo de aprendizagem,mas sim um ator, visto que ele ajuda os professores a alcançar êxito nesse processo de aprendizagem. Tem competência especificas que completa as competências do professor. Juntos contribuem grandemente para aumentar os resultados dos alunos. A cooperação entre professores e professor bibliotecário é fundamental para justificar a mais-valia que é a biblioteca escolar. Em qualquer «navegação» que o aluno faça, o professor bibliotecário exerce o papel de guia, de orientador, que o auxiliará a procurar, encontrar e utilizar a informação.
Segundo Ross Todd “ o uso eficaz e efetivo dos recursos da biblioteca e de outros serviços na educação não depende apenas do sistema, mas simplesmente dos recursos humanos, mais especificamente da equipa da biblioteca”.
Creio que a BE 2.0 é uma oportunidade que temos para ajudar a transformar todo o processo de aprendizagem. Ao professor bibliotecário cabe a partilha e a colaboração neste processo, pois “a biblioteca 2.0 não é sobre buscar, mas sobre encontrar; não é sobre acesso, mas partilha.”A informação não deve ser utilizada enquanto indivíduo, mas enquanto comunidade.
O professor bibliotecário não criará sistemas de serviço para os utilizadores, mas habilitá-los-á a criar esses mesmos sistemas e serviços para eles mesmos.
A BE 2-0 não é apenas uma porta aberta para o mundo, mas sim uma porta que se abre e fecha de acordo com a criatividade e as ferramentas usadas por cada um dos utilizadores. O Ser passivo acabou, agora, todo o utilizador é um participante ativo na construção e partilha do conhecimento. O tempo não pará e novas Webs se anunciam: 3.0/4.0.
Seguidamente,devia selecionar ,no fórum, a participação de um colega e comentá-la.
Optei por fazer um comentário ao trabalho da colega Filomena Marques.
Boa noite, colegas
Quase no limite do tempo, aqui estou eu para partilhar convosco as ideias que me ocorreram após a leitura de um excerto do texto da Filomena Marques, que passo a citar:”…mas esta evolução pressupõe um nova atitude e uma nova forma de as pessoas se relacionarem com a internet.
Nas escolas, transição é um pouco mais lenta, por vezes, fruto do fosso de gerações: os jovens estão mais recetivos à inovação…”
Todos sabemos que os jovens se sentem mais confortáveis com a utilização das ferramentas da Web (1.0;2.0) do que os adultos.
Quantas vezes já nos deparámos na rua com uma criança de três anos de idade a brincar com uma playstation com a maior das facilidades ou até a jogar no telemóvel do pai? Pois é, esta criança, quando entrar na escola, já possui uma carga muito grande de informação e já está familiarizada com toda a dinâmica de um computador.
Nos dias de hoje, qualquer criança começa no seio familiar e, mais tarde, no pré-escolar a lidar / utilizar este tipo de ferramentas (computador, internet, youtube…) .
Os alunos estão a par e passo com tudo o que vai surgindo. Podemos dizer que “já nasceram computorizados” Familiarizam-se com as novas ferramentas de uma forma simples e rápida. Com o rápido aparecimento das novas tecnologias, começam a não estar motivados para os métodos tradicionais de ensino e o professor não pode ficar alheio a este fator.
É necessário, pois, que os professores se instruam no uso destas ferramentas para que sejam produtores de conteúdo digital, aptos a desenvolver recursos que estimulem a curiosidade e o interesse dos alunos pela disciplina ministrada, pois de outro modo, arriscam-se a que os alunos se desinteressem pela disciplina. Cabe-lhes novos papéis, através de uma pedagogia diferenciada capaz de minimizar as desigualdades. O professor deixa de transmitir conhecimentos e o aluno de os aprender, pois com os recursos que existem online e as ferramentas de fácil publicação da Web 2.0 ambos passam a trabalhar colaborativamente, divulgando e partilhando as suas experiências, os seus saberes.
Todo o trabalho passa a estar online e acessível a todos e “estar online”, hoje em dia, é imprescindível para aprender, dar e receber.
Alguns professores reconhecem a riqueza e o contributo destas ferramentas no desenvolvimento da inteligência coletiva, por exemplo, o Hi5, o Myspace, o facebook, estimulam o processo de interacção social e de aprendizagem. Uma das vantagens do uso da Web2.0, é que o professor, se por qualquer motivo deixou o material necessário à aula em casa, pode facilmente, em contexto sala de aula, aceder ao que precisa: textos, vídeos, gráficos…
O professor deve ser recetivo e capacitar-se para aprender e se atualizar para que o fosso de gerações não exista.
Resposta da Filomena Marques ao meu comentário :
Olá,Eufémia,
Concordo inteiramente contigo.
Para chegarmos à BE 2.0 o PB tem de ser o timoneiro mas não pode esquecer a partilha de formação e informação bem como os saberes que os nossos utilizadores possuem sobre as ferramentas web. Só com um trabalho colaborativo e partilhado levaremos o barco a bom porto.